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Foto do escritorMarcelo Arantes Alvim

Relação Retorno x Risco na Bolsa

Uma preocupação básica de qualquer investidor é ter uma noção do nível de risco que está assumindo quando compra qualquer ativo, pois ele espera que este ativo se valorize com o tempo, além de propiciar fluxos de caixa periódicos (dividendos no caso de investimento em ações). Os pesquisadores e fundadores da moderna teoria de finanças concluíram que os investidores são avessos ao risco, isto é, preferem menos risco a mais risco na hora de escolher uma opção de investimento. Pensando nisso, um desses pesquisadores desenvolveu o índice de Treynor. Este índice leva em consideração que uma condição para um investidor marginal que opera investimentos Bola sobreviver no longo prazo é a diversificação de sua carteira. É por isso que este índice é o preferido para julgar o desempenho relativo dos fundos de investimento em renda variável, uma vez que a maioria desses fundos trabalha com carteiras diversificadas (diversificação é espalhar o capital do investidor em diversas opções de investimentos, de preferência adquirindo ativos os quais os retornos periódicos apresentem baixas correlações entre si, de modo que a carteira apresente um nível de risco minimizado e ao mesmo tempo garanta um retorno médio ponderado razoável - vem da velha máxima "não colocar todos os ovos na mesma cesta"). A diversificação permite que uma boa parte do risco relacionado a uma ação seja eliminado ( isto vale para qualquer ativo econômico e só para ações). Esta parte do risco eliminada é denominada risco específico ou risco idiossincrático do ativo ou, ainda, risco diversificável. A parte do risco do ativo que não fica eliminada mesmo no contexto de uma carteira diversificada é denominada risco sistemático. Este risco nasce de eventos que ocorrem no ambiente econômico que afetam todos os ativos que estão na carteira, uns com mais outros com menor intensidade. Portanto, mesmo um investidor diversificado precisa tomar conta dos cestos periodicamente devido ao risco sistemático. Este risco sistemático é medido por um outro índice denominado Beta. Em palavras simples o beta mede justamente o efeito do risco sistemático que um ativo provoca nos retornos da carteira. Para resumir, ações (ou qualquer outro ativo econômico) que possuem betas abaixo de 1 são ativos cujo risco sistemático provoca pouco dano à carteira de investimento, em caso de eventos sistemáticos negativos (tipo desvalorização cambial, aumento repentino na taxa de juros de mercado, recessão, etc); por outro lado, ativos que possuem betas acima de 1 são ativos que provocam mais danos à carteira em caso de eventos sistemáticos negativos. É simples concluir: beta alto risco alto, beta baixo, risco baixo. Todavia, normalmente risco baixo proporciona retornos baixos e risco alto proporciona retornos altos.

O índice de Treynor relaciona o retorno que um ativo proporciona em determinado período com o nível de risco sistemático. Quanto maior o retorno e menor o risco, melhor é o ativo para o investidor avesso ao risco. Tecnicamente o índice coloca em seu numerador o chamado excesso de retorno do ativo que se quer analisar e o seu beta. O excesso de retorno é a diferença entre o retorno do ativo arriscado em um determinado período e o retorno de um ativo sem risco (ativo benchmark, geralmente títulos livres de risco de governos de países sólidos economicamente - que país é sólido nessa década que se inicia?). A fórmula a seguir resume o que foi dito:


Índice de Treynor = (Retorno do ativo em determinando período - Retorno de um ativo livre de risco nesse mesmo período) / Beta do ativo


A tabela a seguir foi retirada do banco de dados Economatica e relaciona as ações de empresas que compõem o Ibovespa atualmente (abril de 2022), com seus retornos, betas e na última coluna o índice de Treynor de três anos, para dar uma perspectiva de longo prazo. A tabela já está organizada por ordem decrescente do índice. Veja que a ação que está melhor localizada em termos relativos de retorno/risco é a Petrorio, a primeira da lista (linha 13). Já MGLU3 é a última da tabela 1 de 2.


Verifique seu perfil como investidor e escolha as ações com base no índice Treynor, caso julgue útil toda esta teoria de finanças. Finalmente, não esqueça três coisas:

1) Retornos passados não são garantia de retornos futuros;

2) Mesmo altamente diversificado você deve rever seu portfólio de investimentos periodicamente, pois no balanço dos dias, meses e anos, tudo pode mudar (vigiai e orai);

3) Cedo na vida procure juntar tesouros no céu, onde o ladrão não rouba e a traça não come.


Tabela Índice de Treynor (parte 1 de 2)


Tabela Índice de Treynor (parte 2 de 2)

Fonte: Economatica (abril de 2022)

Atenção: este artigo não é recomendação de investimento em qualquer ativo.


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